São as hormonas...
David Mourão-Ferreira
Escritor e poeta lisboeta nascido a 24 de Fevereiro de 1927 e falecido a 16 de Junho de 1996, foi um licenciado em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 1951, onde mais tarde em 1957 foi professor, tendo-se destacado como um dos grandes poetas contemporâneos do Século XX.
Soneto do Cativo
Se é sem dúvida Amor esta explosão
de tantas sensações contraditórias;
a sórdida mistura das memórias,
tão longe da verdade e da invenção;
o espelho deformante; a profusão
de frases insensatas, incensórias;
a cúmplice partilha nas histórias
do que os outros dirão ou não dirão;
se é sem dúvida Amor a cobardia
de buscar nos lençóis a mais sombria
razão de encantamento e de desprezo;
não há dúvida, Amor, que te não fujo
e que, por ti, tão cego, surdo e sujo,
tenho vivido eternamente preso!
"espelho deformante"...
ReplyDeleteSim, vermos no outro não aquilo que é mas aquilo que queremos ver... uma imagem deformada a nosso bel-prazer, por querermos viver esse amor... Vemos amor onde não existe, onde apenas há um reflexo deformado...
B.R.
Sim, isso existe em todos os aspectos da vida. A tua perspectiva nunca é a mesma de outra pessoa. Mas, se és livre de espírito, vês o que vês, sentes o que sentes... as deformações são nossas. E ainda bem... P.X.
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